O Dia do Queijo é 20 de janeiro e resolvemos aproveitar a data para compartilhar 7 tipos da iguaria e suas origens. Destinos para os futuros roteiros de viagem de qualquer queijólatra. Um post para aproveitar e compartilhar!
França, o país dos queijos
O general Charles de Gaulle (1890-1970) ficou famoso como um dos grandes estadistas do pós-guerra. Uma de suas frases mais conhecidas ilustra bem a realidade do país: “como alguém pode governar uma nação com 246 tipos de queijo?“
Bom, nas últimas décadas a coisa só complicou: já são fabricados na França mais tipos de queijo do os 365 dias do ano.
Brie, roquefort, reblochon, mimolette — o preferido de De Gaulle — cottage, chavroux, vacherin e tantos outros arrebatam paladares pelo mundo afora. Certo é que os franceses são, com certeza, os maiores produtores e principais consumidores destas delícias.
Cada vez que visitamos a França aproveitamos para conhecer alguma de suas fromageries — as lendárias casas de queijos — e visitar algum mercado. Adoramos os de Nancy e Dijon; a imagem superior do post foi feita lá.
Mas para não me estender demais, escolho um de meus preferidos, original de uma das mais belas regiões francesas.
1 – Camembert e a linda Normandia
O mais famoso dos queijos franceses é o camembert, feito com leite crú de vaca, tem um interior cremoso e é revestido por uma espécie de mofo que se origina de um fungo. Difícil quem não goste!
Há quem prefira os mais novos, mas os locais curtem mesmo são os mais curados — que apresentam gosto mais forte.
A Normadia é uma das 18 regiões francesas, com clima ameno e muita história. Está localizada no noroeste do país e é renomada por sua gastronomia saborosa.
Nós contamos mais sobre a região em nosso post sobre o Mont Saint Michel, um dos lugares mais visitados da França.
Alemanha, sempre com lugar de destaque por aqui
Sim, a Alemanha é um dos países que mais gostamos como destino internacional, e ocupa lugar de destaque aqui em nosso Blog.
Mas o motivo de estar em nossa lista do Dia do Queijo é que poucos sabem que os alemães estão em segundo lugar na produção de queijo mundial — conforme publicação da Deutche Welle.
No país são produzidos mais de 150 tipos diferentes de queijos. Um dos mais populares para os alemães e demais falantes da língua germânica é o quark — feito com queijo fresco e sem adição de sal. O quark é também bastante presente na culinária judaica.
Ele é a base do tipo petit suisse — uma das minhas paixões infantis, na versão com morango Danoninho. Normalmente é consumido no café da manhã, em alemão Frühstück.
Mas aqui destaco um tipo menos comum no Brasil e de uma área que nos encantou:
2 – O queijo fedido de Limburg
Produzido há séculos no antigo ducado de Limburgo — atual região da tríplice fronteira entre Alemanha, Países Baixos e Bélgica — é conhecido como o queijo mais fedido do mundo.
E esse é o seu nome mesmo: Limburger Stinkkäse, em português queijo fedido de Limburg.
Uma das estrelas que compartilhamos neste Dia do Queijo tem mesmo um cheiro de chulé, mas é realmente muito gostoso.
Achou esquisito? Pode ser, mas saiba que ele foi a razão de termos visitado Limburg!
Bom, o avô do Alfredo era de lá e este era o seu tipo preferido de queijo: então acabamos visitando a cidade para apreciá-lo em sua terra natal. Um bom motivo, não é?!
Países Baixos
Um dos destinos mais famosos da Europa também fabrica gostosos tipos de queijo, como o Edam e o Alkmaark. Nós adoramos o de uma simpática cidade a 70 km de Amsterdam:
3 – Gouda, e sua forma arredondada
Estando na capital do Países Baixos é facil fazer um bate-volta a Gouda: fica a cerca de 1 hora de carro de Amsterdam e um pouco menos de trem.
O queijo Gouda tem formato arredondado, e a coloração de sua casca varia de acordo com o grau de maturação da peça. Vai do amarelo ao alaranjado, do vermelho ao maravilha chegando até o quase preto — nos queijos mais curados.
A Suíça não é so terra do chocolate
Como um país tão pequeno, um dos menores da Europa, pode ser excelente em tantas coisas?
Sede de grandes bancos, produz chocolates divinos, canivetes cobiçados e queijos deliciosos.
Para chocólatras que curtem viajar destacamos o tipo Gruyères. Ele é fabricado em uma pequena vila medieval, onde vivem menos de 2000 habitantes. Mas não dá para comparar com o rei dos queijos suíços:
4 – Emmenthal, o queijo com buracos
É o queijo mais produzido na Suiça e a qualidade menos curada leva 4 meses para ficar pronta. Trata-se de um queijo alpino, feito de forma totalmente artesanal com leite das vacas que pastam nas montanhas — seguindo as receitas originais, transferidas de geração em geração há mais de 700 anos.
E aqui vale contar uma curiosidade: sabia que na Suíça cada peça de queijo emmenthal pesa em média 90 quilos? O mais interessante é saber o motivo: nos tempos medievais os queijos eram taxados por peça, e não por quilo.
Por isso os produtores faziam peças imensas de queijo, uma maneira de recolherem menos impostos.
Isso já mudou há muito tempo, mas a Suíça é conhecida por manter suas tradições: e as peças de queijo emmenthal continuam a ser produzidas com o mesmo formato e tamanho.
A Espanha não é só terra de azeite de oliva e presunto cru
Além de produzirem alguns dos melhores vinhos do mundo a terra da paella e dos torrones também oferece alguns tipos de queijos que merecem ser conhecidos.
Em nossa lista do Dia do Queijo escolhemos o mais famoso e apreciado pelos espanhóis:
5 – Manchego, o queijo da terra de Don Quixote
La Mancha é a região central da Espanha, que engloba Ciudad Real, Cuenca, Albacete e Toledo. Foi eternizada por um dos mais famosos romances do ocidente: o clássico da literatura Don Quixote, escrito por Miguel de Cervantes.
É uma região de clima árido, um vasto planalto onde são criadas ovelhas da raça manchega. É com este leite que é fabricado o queijo, de massa amanteigada a dura, depois de ser prensado com pedras.
Presente em muitos dos tapas oferecidos por todo o país o queijo manchego é usado também em saladas e tem sabor pronunciado, sendo perfeito para ser acompanhado com um bom pedaço de pão e uma taça de vinho.
Itália: sabores, arte e história
Comer na Itália é coisa muito séria!
Donos de uma das mais apreciadas culinárias do mundo, e também uma das mais saudáveis, difícil fazer qualquer lista de comestíveis que os ingredientes e receitas do país fique de fora…
No Dia do Queijo não poderíamos esquecer da mozzarella, parmesão, provolone — para ficar só nos mais conhecidos e usados no Brasil.
Sou fã do taleggio, do pecorino e meu pai, oriundi, não passa muito tempo sem um bom gorgonzola.
Mas como precisávamos escolher um só tipo, elegi o ingrediente principal da sobremesa preferida do Alfredo:
6 – Mascarpone, a base do Tiramisù
Alfredo tem verdadeira fixação com tiramisù, e vale explicar o responsável pela mania.
Alfredo é arquiteto e há uns 30 ou 35 anos estava envolvido no projeto de um importante instituto cultural aqui em São Paulo. Para garantir que a proposta do teatro estaria adequada às necessidades de cada apresentação marcou algumas reuniões com alguns atores e diretores, e ouviu todas as demandas.
Deve ter sido muito interessante, mas nenhuma das conversas o marcou tanto quanto um almoço que teve com Lima Duarte.
Homem inteligente, bem humorado e com vasta experiência na TV, teatro e rádio Lima Duarte compartilhou opiniões valiosas e, ao final da conversa, apresentou uma paixão: o tiramisù.
Alfredo aceitou a sugestão, cada um pediu a sua e, desde então, Alfredo pede a sobremesa em TODOS os restaurantes em que o tiramisù é servido.
E antes de passarmos ao último item de hoje conto que a região de origem do mascarpone é a Lombardia, cuja capital é a cidade de Milão.
Brasil, o nosso país
Sabia que somos o terceiro maior produtor de queijo do mundo?
Não dava para deixar o Brasil de fora e ignorar o tipo que comemos diariamente.
Aliás, tem muita coisa boa por aqui e os queijos nacionais tem ganhado cada vez mais visibilidade, e prêmios, pelo mundo afora.
Minas: queijos, arte barroca e o vale do silício nacional
Sou queijólatra assumida e o tipo minas padrão o escolhido para começar o dia por aqui. Bom nem contar quantas peças compramos mensalmente…
Não curto a versão fresca e prefiro os amadurecidos, ideais para serem acompanhados com café bem forte, ou com vinho tinto — a dupla somada ao pão integral substitui muitos jantares em nossa casa.
A produção de queijo em Minas Gerais é coisa antiga, levada com seriedade e foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Além das cidades históricas, da construções barrocas, da arte e da cultura, Minas tem chamado atenção pelas muitas empresas de tecnologia e serviços digitais — movimento que vem ganhando força desde que o Google escolheu Belo Horizonte como a sua primeira sede, há mais de 15 anos.
Vai aproveitar o Dia do Queijo?
Mercados oferecem na semana descontos em diversos tipos e marcas, e alguns restaurantes montaram menus temáticos. Nós ficar na versão caseira.
Deu água na boca? Curta o seu preferido: fresco, curado, com ervas, adocicado, de massa crua ou cozida.
Para mais destinos, dicas e informações: nos acompanhe por aqui e em nosso Instagram @gallasdisperati.
Até a próxima!
