Engana-se quem imagina serem iguais as principais obras do Barroco Europeu.
Embora o tipo de arte seja semelhante e as obras do Barroco Europeu guardem as mesmas características, em cada país o estilo desenvolveu-se de uma forma diferente.
Por isso é importante entender o que é o Barroco e saber reconhecê-lo.
Hoje vamos compartilhar imagens e informações de diferentes obras barrocas pela Europa. Vamos conferir?
Barroco Europeu: um mesmo estilo, diferentes soluções
Florença, Itália
Embora Florença seja conhecida como a cidade do Renascimento é ali que está uma das mais lindas esculturas do barroco italiano.
Trata-se de “o Rapto das Sabinas“, de Giambologna (1529-1608). A estátua tem mais de 4 metros de altura e foi esculpida em um único bloco de mármore: as três figuras realmente parecem estar se movendo.
A importância desta obra é gigante: marca a transição da Alta Renascença para o Barroco — no período estudado como Maneirismo. Mas Giambologna alcançou um resultado tão fantástico que sua obra vale ser vista ao vivo.
Ela fica na Loggia dei Lanzi, na principal praça florentina: Piazza della Signoria. Está bem em frente ao Palazzo Vecchio, perto do Duomo e da Galleria degli Uffizi.
Roma, Itália
Roma é a cidade onde nasceu o estilo Barroco, criado para encantar os fieis e recuperar a imagem desgastada da Igreja Católica após os exageros do clero e da Reforma Protestante.
Já escrevi aqui e em nosso livro que o Barroco foi uma das principais armas da chamada Contrarreforma. Outro apoio importante foi a criação da Companhia de Jesus.
E é justamente em Roma, na Igreja de Jesus — Il Gesú — onde está a primeira fachada construída em desenho Barroco — o projeto é de 1580 feito por Giacomo della Porta (1532-1602).
Era a sede da Companhia de Jesus e seu projeto inicial é do mestre Vignola, onde também trabalhou Michelangelo.
Para ver outros exemplos barrocos e uma obra importante de della Porta veja o nosso post com um passeio pelas Fontanas de Roma. A imagem da parte superior do post é da Fontana dei Quattro Fiume, de Bernini.
Mas o detalhe que ressaltamos hoje vai para este anjo, que fica em um dos altares laterais da igreja Il Gesú.
É obra de Bernardino Ludovisi (1693-1749) — que depois fez trabalhos de decoração no Convento de Mafra para o rei português D. João V — uma das obras que ilustra o nosso livro sobre o barroco.
Innsbruck, Áustria
Innsbruck é uma das mais charmosas cidades do Tirol e é um sua catedral, a Dom zu St. Jakob, também conhecida como Innsbrucker Dom que está um púlpito belíssimo, decorado em ouro e prata.
A obra que destacamos abaixo é um detalhe do púlpito realizado por Nikolaus Moll (1676-1754), realizado em 1725. Ao andar em torno do púlpito chega a parecer que os anjos estão prestes a voar.
Delft, Países Baixos
Mas não dá para considerar qualquer texto sobre o Barroco Europeu sem mencionar a obra dos pintores holandeses.
A grande diferença dos demais é que os trabalhos destes artistas eram comissionados pela alta burguesia, e não pela Igreja ou pela Monarquia.
Os Países Baixos eram majoritariamente protestantes e estiveram envolvidos em uma longa luta por sua Independência — como contamos em nosso livro sobre o Brasil Holandês.
Caso tenha curiosidade em conhecer a interessante história sobre a formação dos Países Baixos e entender o que motivou a Invasão Holandesa do nordeste brasileiro conheça o nosso livro sobre O Brasil Holandês: a história termina com a fundação de Nova York.
A pintura barroca, de uma forma geral, ficou marcada tanto pelo realismo, quanto pela iluminação.
E os artistas holandeses desenvolveram uma técnica tão impressionante que o período ficou conhecido como o Século de Ouro, ou a Era Dourada. Nossos nomes preferidos são o incrível Rembrandt (1606-1669), o ótimo Frans Hals (1580-1666) e Johannes Vermeer (1632-1675), de quem reproduzimos a imagem abaixo.
Bastante diferente o barroco holandês do barroco dos países católicos, não é?!
Hillerod, Dinamarca
É nesta pequena cidade, a poucos quilômetros de Copenhagen, que fica o maior castelo da Escandinávia: Frederiksborg.
O estilo da obra é Renascentista, mas sua capela é Barroca, do início do século XVII.
A capela de Frederiksborg é um espaço muito bonito, mas dá para perceber pelo detalhe da decoração que as imagens são mais “duras” que as demais obras barrocas aqui mostradas.
O motivo disso é a própria história nórdica: afinal, cada arte se desenvolve de acordo com a cultura do local realizado.
E, para entender cronologicamente os estilos artísticos preparamos um post descomplicando a História da Arte.
Barroco Europeu x Barroco Colonial
Assim como nos exemplos acima, e em tantos outros, a arte Barroca se moldou a cada tempo e cada país.
Para saber mais vale ver os seguintes posts sobre o assunto:
- Barroco no Brasil: da herança do Barroco português até uma identidade própria;
- Para entender o Barroco: um dos posts mais lidos aqui do blog;
- Barroco Mestiço: como os latino-americanos misturaram a sua cultura à europeia.
Caso esteja chegando por aqui pela primeira vez informamos que a Gallas & Disperati é também uma Boutique de Viagem e oferecemos desde a assessoria completa até um serviço de consultoria, na medida de suas necessidades e expectativas.
Esperamos ter você por aqui novamente, e acompanhe as novidades em nosso blog e no Instagram @GallasDisperati.