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História da maquiagem: mais de 5000 anos de curiosidades

historia da maquiagem

A história da maquiagem é antiquíssima, deve ter começado há muito mais tempo que os primeiros registros chegados até nós: e que datam de mais de 5.000 anos!

Quem me conhece sabe que adoro História e sou louca por maquiagem — o que sempre foi motivo de muita risada da minha saudosa avó Dolores, de quem herdei a paixão por viajar.

Quando eu era bem pequena, com uns cinco anos, uma das minhas diversões preferidas era saquear a penteadeira da minha tia para brincar de maquiadora.

Era o final dos anos 1970 e eu me encantava com as cores exageradas: pobre da Vovó, que era a minha modelo!

De onde surgiu o meu interesse pela História da Maquiagem

Quando estávamos pesquisando sobre o Art Déco para o nosso livro, não pude deixar de incluir neste projeto um pouco da importância da maquiagem no período.

Historia da maquiagem Art Nouveau
Uma dama do período Art Nouveau: impossível vestir-se, ou pentear-se por conta própria. O período posterior — o Art Déco — trouxe a libertação da figura feminina

Neste livro tratamos sobre como o estilo Déco havia permeado não só a arte e a arquitetura mas, também, a propaganda, a moda, os objetos do cotidiano, mobiliário, artes gráficas e o cinema.

E o termo make up foi criado pelo inventor do conceito de maquiagem como conhecemos hoje: Max Factor.

Este gênio, nascido na Rússia, foi responsável ainda pela invenção dos cílios postiços, do gloss, para aumentar os lábios, e do pancake.

Sua empresa, fundada em 1909, para atender as demandas dos estúdios de Hollywood, criou artigos que se tornaram mania, já que todas as mulheres queriam ficar parecidas com suas estrelas preferidas.

Mas a verdade é que a maquiagem é muito mais antiga!

Não dá para pensar em uma população indígena sequer que não tenha feito uso de alguma pintura, em diferentes ocasiões.

Origem da Maquiagem

Os primeiros registros datam de 3.000 a.C. no Egito.

Mas, é óbvio que já existiam anteriormente: algumas tribos usavam em diferentes rituais e nas guerras, alguns povos utilizavam para proteção.

Os egipcios pintavam o que consideravam a “janela da alma”. Homens e mulheres utilizavam uma mistura negra em volta dos olhos — algo que também os árabes e indianos sempre fizeram. Não era apenas por vaidade: mas um cuidado medicinal e contra o mal olhado.

Cleópatra tornou célebres seus rituais de beleza, que incluiam máscaras faciais, depilação e banhos de leite para hidratar a pele.

história da maquiagem máscara mortuária egípcia
Máscara mortuária egípcia, realizada no período 130 – 150 d.C. A jovem foi claramente retratada com a maquiagem de época.

Gregos e Romanos

As esculturas da Antiguidade Clássica que chegaram até os nossos dias demonstram que não eram só as mulheres que se maquiavam: os homens pintavam os olhos.

O dramaturgo grego Plauto (230 – 180 a.C) acreditava que “uma mulher sem pintura é como comida sem sal“.

Os romanos seguiram com as pinturas faciais: as mulheres faziam misturas de minerais e vegetais para colorir e proteger os lábios, e muitos pintavam os olhos.

Idade Média, Renascença e no período Barroco

Na Idade Média, a terrível Idade das Trevas, o fanatismo religioso fez com que a maquiagem fosse abandonada: apenas prostitutas e bruxas faziam uso destas artimanhas para “enganar” os homens.

A vaidade precisava ser punida, sobretudo a feminina!

Como efeito rebote deste absurdo por alguns séculos continuou valendo na Inglaterra a lei que permitia ao marido pedir o divórcio se a mulher usasse destes terríveis subterfúgios para conquistá-lo!

Como você deve estar pensando, a mulher não podia nada.

Na Renascença, com o Iluminismo, algumas bobeiras foram sendo abandonadas, e a maquiagem voltou a ser usada nas cortes mais sofisticadas.

Pintura de uma cavalheiro de Frans Hals, realizada em 1619: a pele alva e as bochechas marcadamente coloridas, garantiam um ar elegante e saudável

A pele alva era vista como sinal de poder e riqueza e todos usavam pó de arroz e pomadas para dar cor à boca e bochechas.

Os exageros do período Barroco ampliaram o uso de cores, e os olhos passaram a ganhar também uma atenção especial — algumas sombras eram feitas de ouro, prata e pedras preciosas.

Materiais tóxicos na Maquiagem

Se no Egito, Grécia e Roma havia a preocupação de fazer misturas o mais natural possível — regra também seguida pelos árabes e indianos — na Europa passaram a utilizar alguns produtos que se provaram tóxicos, ao longo dos séculos.

O arsênico e a belladona, dois venenos poderosos, eram usados na composição de pós e cremes — e o resultado ia desde problemas digestivos, passando pela queda acentuada de cabelo e chegavam até a morte.

O pessoal da Idade Média defenderia que era a punição divina da vaidade!

Mas, a verdade, é que estes e outros componentes potencialmente tóxicos eram usados também em medicamentos. E todos nós já ouvimos que a diferença entre remédio e veneno pode estar apenas na dosagem

O curioso caso do envenenamento em série na Itália

Como curto a História da Maquiagem estou sempre de olho no assunto, e encontrei este caso interessante:

No século 17 Giulia Toffana ficou conhecida como Signora Toffana — a criadora da famosa Acqua Toffana. O preparado, vendido como maquiagem para senhoras infelizes no casamento, na verdade era um veneno potente e discreto. Usado em porções pequenas, e contantes, levava o marido problema ao óbito, sem levantar qualquer suspeita.

Começava como uma gripe, que ia piorando e voilá — a triste esposa tornava-se viúva!

A Sra. Giulia só foi descoberta porque uma esposa enraivecida usou toda a mistura de uma única vez e se arrependeu antes de servir a janta ao marido. E acabou contando tudo para ele!

Giulia Toffana foi presa e depois de torturada confirmou ter ajudado a envenar mais de 600 homens! Acabou morta com algumas tantas viúvas envolvidas no esquema.

Alguns exemplos da maquiagem no Oriente

Os indianos sempre utilizaram o kajal para proteger os olhos: em homens, mulheres e crianças. Uma mistura cremosa natural e não tóxica.

Muitos igualam o kajal ao kohl árabe: mas são produtos bastante diferentes.

O kohl é um pó finíssimo, que na India é conhecido por surma. Ele é aplicado nos olhos com um tipo de palito, misturado à água — inventado pelos povos do deserto, para proteger os olhos do sol e da areia.

Já no Japão as gueichas usavam uma mistura de açafrão como batom e também aplicavam a coloração avermelhada ao redor dos olhos: fortemente marcados por uma mistura negra. Aliás, em qualquer viagem ao país, é imperdível conhecer (e comprar!) as marcas locais. A qualidade é excepcional!

De volta ao início do século 20

Max Factor, além de desenvolver os seus produtos, era excelente maquiador e especialista em visagismo, tendo sido o responsável pelos cabelos platinados e os cortes mais cobiçados do cinema americano do começo do século passado.

Foi a partir dos anos 1920 que a maquiagem moderna se popularizou e ganhou escala de produção.

historia da maquiagem anos 1930
Pintura de mulher desconhecida de Maximilian Klewer, pintado em 1936: a roupa, o cabelo e a postura já são de uma mulher moderna.

O sucesso de Factor permaneceu durante toda a sua vida e a marca criada por ele existe até hoje. E aqui trago mais uma curiosidade:

Como algumas vezes o talento é genético, atualmente dois dos bisnetos de Max Factor são os responsáveis pela cobiçada marca Smashbox. Eles seguiram os passos do antepassado visionário e continuam a desenvolver produtos ideais para fotos e filmes, agora em HD.

Para saber mais sobre a maquiagem, o estilo artístico dos anos 1920 confira nosso livro Art Déco – Europa – Estados Unidos – Brasil. Ali contamos sobre outra importante marca que nasceu naquele período, a japonesa Shiseido. Para conhecer o projeto é só clicar no banner que está na parte inferior do post.

Aliás, conhecer novas marcas e encontrar lançamentos de make up é uma das minhas diversões quando viajamos para outros países. Quem mais curte?

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