Overturismo, ou o turismo de massa, tem sido um assunto amplamente debatido nos últimos anos. Com o aumento exponencial do número de visitantes em locais icônicos, estamos testemunhando reações significativas da população local nos destinos mais afetados, como Veneza, Hallstatt, Barcelona e Quioto.
As consequências do overturismo incluem degradação ambiental, sobrecarga da infraestrutura, congestionamento e aumento do custo de vida para os residentes. Some-se a isso uma experiência menos prazerosa para os próprios turistas. O problema destaca a necessidade de um turismo sustentável e responsável, que respeite as comunidades locais e promova experiências autênticas para os viajantes.
Alguns exemplos
Veneza, por exemplo, é um símbolo do overturismo. Com suas ruas estreitas e canais encantadores, a cidade recebe milhões de turistas anualmente, o que provoca aglomerações em pontos turísticos como a Praça de São Marcos e a Ponte de Rialto. Os residentes locais frequentemente expressam frustração com o impacto na qualidade de vida, o aumento do custo do aluguel (por conta dos Airbnb) e a cidade já implementou medidas para limitar o número de visitantes, com a cobrança de uma taxa.
Hallstatt, na Áustria, também tem enfrentado desafios. Este charmoso vilarejo, que parece ter saído de um conto de fadas, viu o número de turistas aumentar a tal ponto que os moradores têm dificuldade em lidar com o fluxo constante de visitantes, resultando em problemas de infraestrutura. O que antes era um lugar tranquilo agora se transforma em um centro excessivamente movimentado, especialmente durante o verão.
Em Barcelona, o caso é semelhante. Os moradores protestam contra o turismo desenfreado, que tem afetado a autenticidade da cidade e os preços dos serviços essenciais. O bairro de La Barceloneta e a famosa Sagrada Família frequentemente enfrentam multidões.
Quioto, no Japão, é outra cidade que sente os efeitos do overturismo. Conhecida por suas tradicionais casas de madeira, templos e santuários, a cidade atrai milhões de visitantes que desejam vivenciar a cultura japonesa. No entanto, o volume de turistas impacta os locais históricos, levando a restrições de acesso e preocupações com a preservação dessas maravilhas culturais.
Overturismo não é só sobre a quantidade de turistas
Não é só a imensa quantidade de estrangeiros, a questão principal é o quando cada um deles gasta em cada destino. Exemplificando: os imensos navios de turismo despejam no verão em Veneza milhares de pessoas a cada dia: que não pernoitam na cidade, e pouco contribuem com gastos em restaurantes.
Em Hallstatt diversos ônibus estacionam e despejam seus passageiros, que ficam ali apenas algumas horas. Essas pessoas não se hospedam em seus hotéis e pousadas, não gastam em seus restaurantes e deixam poucos euros nas lojas de souvenirs.
Esse tipo de turista contribuem pouco para a sociedade local — e ainda atrapalha o fluxo dos viajantes que investem mais em suas viagens.
A culpa também é das redes
As redes sociais contribuíram muito para o aumento da visitação a países, cidades e atrações — quem nunca teve a sua atenção voltada a um destino “instagramável”?
Quando estivemos no Japão eu, e milhares de turistas, subimos de forma ordenada e alegremente os quase 400 degraus até o Pagode Chureito, para garantir a melhor foto do Monte Fuji. Alguns sonham em estar lá no tempo das cerejeiras em flor; eu preferi ver a vista emolduradas pelo momiji: a beleza das folhas vermelhas do outono.
Alternativas ao Overturismo
Encontrar formas de brecar o turismo de massa para esses destinos está em discussão há algum tempo. Muitos turistas ficam apenas algumas horas, passando por atrações tão importantes sem realmente experimentar a essência daquela cidade ou ter uma mínima ideia de suas tradições.
Muitos destinos já estão cobrando taxas: Veneza implementou uma fase teste em 2024 e deve subir a cobrança em 2025. Amsterdam já está cobrando o valor de 21,80 Euros por pessoa por diária. Como consequência, outros destinos que recebem muitos turistas de uma única vez passarão a cobrar mais.
Que tal, por exemplo, visitar Roma e suas icônicas fontanas no inverno? A cidade continua linda, não é tão frio como nos países mais ao norte da Europa e você evitará filas enormes, além de encontrar preços de forma geral mais acessíveis.
Outra alternativa interessante é optar por destinos menos conhecidos, como Leipzig, na Alemanha, que ganhou o apelido de “Hypezig” devido ao seu vibrante cenário cultural e artístico, sem o tumulto das grandes cidades turísticas. Ou a charmosa Kanazawa no Japão, conhecida por ser elegante e voltada à arte e design.
Por isso, ao planejar sua próxima viagem, considere incluir lugares assim em seu itinerário. Não apenas você diversificará suas experiências de viagem, como também ajudará a aliviar a pressão sobre os destinos mais populares.
Explore Destinos Alternativos: uma lista com algumas cidades que adoramos
A seguir uma lista de destinos pelo mundo para servir de inspiração para suas próximas viagens. Clique nos links em cada nome de destino, pois já publicamos bastante material sobre cada uma delas:
1. Países Bálticos
Riga e Tallinn estão entre as mais charmosas capitais europeias — e o investimento para conhecê-las é muito menor do que para qualquer um dos Países Escandinavos.
2. Considere visitar outras cidades na França além de Paris
Reims, Nancy e Beaune são apenas três exemplos de cidades que valem entrar em sua bucket list. São facilmente acessíveis tanto de trem, quanto de carro — depende da sua escolha pessoal.
3. Suíça
É um país pequeno, mas com muito a ser visto, e não apenas no inverno. Pense além das famosas estações de esqui e explore cidades como Lucerna e Montreux.
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Que sejamos parte da mudança e exploremos o mundo de forma consciente. Afinal, a contrapartida ao overturismo pode ser o que vem sendo chamado como silent travel, o novo luxo em viagem.